Uma das maiores revoluções da história culminou, entre outras desgraças, com a insatisfação e a miséria de um povo. Governados por um uma corte ambiciosa, individualista e fanfarrona (confiram no filme Antonieta), os esfarrapados provaram que unidos podiam mais. Nobres e até mesmo o Rei Luiz XVI e Maria Antonieta perderam a cabeça nas guilhotinas de uma revolta popular. Sem Tvs, automóveis, computadores ou seguro de vida, os marginalizados resolveram se unir (mais pela fome do que pela consciência), invadir a Bastilha (prisão onde se encontravam alguns líderes), destituir o governo, prender e julgar sem distinção a coroa e seus seguidores. Através do corte de cabeças em praça pública, a Revolução Francesa, entoou uma nova canção, onde seus versos cantavam um regime que pregava a liberdade, igualdade e fraternidade, versos que influenciaram a constituição de muitos outros países.
E nós? Que canções cantamos?
Quem somos nós, senão insatisfeitos acomodados. Todos os dias as mídias trazem as nossas casas, notícias de um reino fanfarrão. Gastam o dinheiro público, dinheiro de todos nós, em funções e necessidades intangíveis.
O que nos falta temos de sobra: palavras. Se fossemos desenhar o que somos, seríamos uma caricatura de corpo atado a barbantes com língua maior que nossas cabeças. Gritamos, esbravejamos sem pensar, teorizando uma prática amarga, muitas vezes salgada, somos as estátuas de sal. Somos como peixes que se esquecem em frações de segundos dos anzóis que já nos fizeram mal. Não temos noção de que o que nos prende é tão frágil quanto qualquer atitude um pouco mais lúcida.
Hoje somos feitos de TVs, automóveis, computadores, dos desejos de mais alguma super promoção. Compensamos nossa indignação com os sofás e macarronadas de domingo. Nos indignamos muito mais por nosso time que foi rebaixado para a segunda divisão que pelas atitudes individualistas de um governo, seja ele municipal, como o caso do aumento de salário de vereadores na calada da noite, ou o aumento irreal no salários dos servidores em 70 reais.
Desde carne nobre para churrasco, vinhos caros, restaurantes, barras e pesos para exercícios físicos e aluguéis de carros, nossos síndicos gastam errado, muito mais do que qualquer consciência poderia consentir.
Não temos guilhotinas. Construir uma deve ser muito caro. Melhor deixar “pra lá”.
Frases como “somos um país pobre, miserável, ignorante, onde as pessoas dão mais valor a uma TV a Cabo do que para a solidariedade” se tornaram clichês, nossas verdadeiras necessidades foram banalizadas. Quando dizemos muitas vezes a mesma frase, deixamos de dar a ela a verdadeira importância. Foi o que nos aconteceu. Hoje tudo é normal. Erguemos nossos muros, aceitamos a violência como irremediável, investimos em escolas privadas, aceitamos que educação por direito não vale mais a pena, pagamos seguros para os nossas carros, até mesmo para nossas vidas, aceitando que perdemos o controle da situação, optamos por convênios de saúde e odontológico, aceitando que já não temos mais o que fazer, chegamos ao ponto de acreditar que vale mais a pena trocar o nosso direito de questionar, lutar por direitos iguais e melhorias reais pela comodidade que nossa casa própria ou conta bancária nos traz. Ao subir nossos muros e os vidros dos nossos carros, deixamos tudo o que não concordamos do lado de fora, desenhamos uma “utopia relógio”, pronta para explodir e derrubar tudo o que nos esconde da realidade.
Hoje estamos plantando conformismo sem saber exatamente o que colheremos num futuro nem tão distante.
E nós? Que canções cantamos?
Quem somos nós, senão insatisfeitos acomodados. Todos os dias as mídias trazem as nossas casas, notícias de um reino fanfarrão. Gastam o dinheiro público, dinheiro de todos nós, em funções e necessidades intangíveis.
O que nos falta temos de sobra: palavras. Se fossemos desenhar o que somos, seríamos uma caricatura de corpo atado a barbantes com língua maior que nossas cabeças. Gritamos, esbravejamos sem pensar, teorizando uma prática amarga, muitas vezes salgada, somos as estátuas de sal. Somos como peixes que se esquecem em frações de segundos dos anzóis que já nos fizeram mal. Não temos noção de que o que nos prende é tão frágil quanto qualquer atitude um pouco mais lúcida.
Hoje somos feitos de TVs, automóveis, computadores, dos desejos de mais alguma super promoção. Compensamos nossa indignação com os sofás e macarronadas de domingo. Nos indignamos muito mais por nosso time que foi rebaixado para a segunda divisão que pelas atitudes individualistas de um governo, seja ele municipal, como o caso do aumento de salário de vereadores na calada da noite, ou o aumento irreal no salários dos servidores em 70 reais.
Desde carne nobre para churrasco, vinhos caros, restaurantes, barras e pesos para exercícios físicos e aluguéis de carros, nossos síndicos gastam errado, muito mais do que qualquer consciência poderia consentir.
Não temos guilhotinas. Construir uma deve ser muito caro. Melhor deixar “pra lá”.
Frases como “somos um país pobre, miserável, ignorante, onde as pessoas dão mais valor a uma TV a Cabo do que para a solidariedade” se tornaram clichês, nossas verdadeiras necessidades foram banalizadas. Quando dizemos muitas vezes a mesma frase, deixamos de dar a ela a verdadeira importância. Foi o que nos aconteceu. Hoje tudo é normal. Erguemos nossos muros, aceitamos a violência como irremediável, investimos em escolas privadas, aceitamos que educação por direito não vale mais a pena, pagamos seguros para os nossas carros, até mesmo para nossas vidas, aceitando que perdemos o controle da situação, optamos por convênios de saúde e odontológico, aceitando que já não temos mais o que fazer, chegamos ao ponto de acreditar que vale mais a pena trocar o nosso direito de questionar, lutar por direitos iguais e melhorias reais pela comodidade que nossa casa própria ou conta bancária nos traz. Ao subir nossos muros e os vidros dos nossos carros, deixamos tudo o que não concordamos do lado de fora, desenhamos uma “utopia relógio”, pronta para explodir e derrubar tudo o que nos esconde da realidade.
Hoje estamos plantando conformismo sem saber exatamente o que colheremos num futuro nem tão distante.
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